Publisher's Synopsis
Este não é um livro saudosista. Pretende deixar uma memória de pessoas, lugares, vivências que se atravessaram na minha vida, como a tia Clara, com quem convivi pouco, mas que me marcou para sempre. Já a avó Benedita permanece no meu inconsciente, como a avó modelo perdida no tempo, algures noutra vida. "O portão" evoca as portas que se vão fechando no decorrer de uma existência com muitas vivências, e onde permanecem os gestos, os cheiros, os acenos. Há sempre a tentação de levar à letra o que escrevemos, mas não há que esquecer, que o "poeta é um fingidor". Contudo, no poema "Só queria", existe uma tentativa de entrar na alma dos sem-abrigo e o poema "Emigrantes" foca a angústia de quem viu a vida despedaçada. Mas o sol e a alegria voltam em cada dia como pretende o poema "Escrevo Sul" ou "Voltou o sol". Fica sempre um pouco de nós no que escrevemos, mas o que somos, não se resume a meia dúzia de palavras e nem sempre é fácil pôr no papel a inquietação que nos acompanha na aventura amarga e doce que é esta de viver.