Publisher's Synopsis
Até a primeira década da minha infância o rádio, com suas baterias enormes, ocupava lugar de destaque na maioria dos lares. Os anos seguintes registraram a presença, cada vez maior, da televisão em nossa cultura. Desse modo, pude acompanhar, em 1969, a chegada do homem a lua e, nos anos 80, o surgimento do programa de entrevistas Canal Livre, da TV Bandeirantes. À esta altura, como a televisão brasileira, eu estava com 30 anos de idade. Ambos nascemos no mesmo mês e ano, mas nunca tivemos muita afinidade.
O que quero ressaltar é que o formato de entrevistas introduzido pela revista Veja em suas páginas amarelas me acertou em cheio. E como se não bastasse, duas ou três semanas depois, tive um encontro marcado com o maior fenômeno da imprensa alternativa brasileira: O Pasquim; devo ter sido um dos primeiros leitores a ter nas mãos aquela edição #1. Na época, eu trabalhava durante a noite, no saudoso estúdio de gravação TV Cine & Som, e quando largava o expediente pela madrugada, tinha o hábito de dar uma parada na banca de revistas da esquina.
O estilo irreverente das entrevistas feitas pela patota do Pasquim - a equipe do jornal se auto denominava assim mesmo - quebrava todos os protocolos existentes até aquele momento. Você começava a leitura e já se via envolvido naquele bate-papo informal regado a cerveja e whisky. Aquilo parecia mais uma festa do que uma seção de trabalho. Diferentemente do dito popular sobre o conhecido jornal carioca, Luta Democrática: "Se torcer, sai sangue", torcendo O Pasquim, sairia scotch, e dos bons.
As entrevistas contidas neste livro nos falam de brasileiros que, por uma razão ou outra, tomaram a decisão de deixar a zona de conforto em que viviam e partiram em busca de um futuro melhor. São pessoas como eu, e talvez você, que, ao entrarem neste país, viram-se na contingência de abraçar profissões diferentes das que exerciam e, ainda assim, tornaram-se empreendedores e profissionais liberais bem sucedidos.
O objetivo deste trabalho é levar até você a mensagem de fé e esperança de cada um deles, através do relato simples de suas experiências de vida em Nova Iorque.
Boa Leitura. ■