Publisher's Synopsis
A obra apresenta o drama de Tomás, filho de Sebastião, um bandido perverso e sádico; e de Maria, uma costureira humilde, temente a Deus e vítima constante da violência doméstica. Além de Tomás, o casal tem duas filhas adolescentes, Estela e Aparecida. Tomás tinha apenas sete anos, quando o pai o inicia na escola do crime. Recebeu o apelido de Canivete e a partir de então, vive dividido entre duas personalidades: de um lado, Tomás, menino honesto, amoroso e terno. De outro, Canivete, um pivete destemido, astuto e ladrão.
O livro de João Rodrigues Pinto é, via de regras, ousado e interessante, modernista ambíguo, passa a moral sem normas de moralidade, com interditos, onde não há sentimento. Se não há sentimento na ação, não há razão, se não há razão não há responsabilidades, não há culpabilidade: e não há moral na literatura desse autor. Rodrigues denuncia, revela um campo de possibilidades do mal em desenvolvimento: tentativa de incesto, o sexo e a violência animalesca, assassinatos, a cumplicidade entre mãe e filho, a relação e o complexo de édipo, a ausência de olhares firmes de um para outro, a traição. O projeto de sobrevivência e progressividade, neste livro, se dilui e se desfaz, se nadifica.