A persona e a morte

Nosso objetivo é investigar a maneira como o discurso da morte e a noção de aperfeiçoamento espiritual foram mobilizados na obra de Baltasar Gracián. Segundo nossa hipótese, é a partir da reformulação do conceito de pessoa (persona), a qual Gracián articula a tópica do aperfeiçoamento espiritual e da boa preparação da morte.Desta sorte, a educação do homem com vista à formação da persona é o móvel essencial da obra de Baltasar Gracián. Com outras palavras, a obra de Gracián, de uma maneira geral, estrutura-se a partir do decoro presente nas artes moriendi jesuíticas, isto é, no gênero letrado das preparações da boa morte e na noção de aperfeiçoamento espiritual produzida no período pós-tridentino. Baltasar Gracián Morales nasceu em Catalayud, uma província do reino de Aragão, em oito de janeiro de 1601 e no ano de 1619 ingressou no noviciado da Companhia de Jesus. Durante os anos de 1637 a 1657 Gracián publicou oito tratados: El Heroe(1637); El Político(1640); Arte de Ingenio(1642); Agudeza y Arte de Ingenio(1644); El Discreto(1646); Oráculo Manual y Arte de Prudencia(1647); El Criticón (obra divida em três partes e publicada entre 1651 e 1657); El Comungatório(1657).